quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

More than this...

Because I’m always the man who finds problems where they don’t exist.

Because I’m afraid of the beach because of the sand, afraid of the fire because of the heat, scared of you because of the love. Because the blood that runs fast through my veins is always impure, my thoughts always cold yet not clear as water.

I don’t know what is stronger: my need to dive into the ocean of perdition and loneliness or my will to rest my hand over your warm skin, door to the soul. I don’t know whether it is my fault, yours or the devil’s. I don’t know if it could be better, if more than this is there something.

May life forgive my cyclic waste of time. I just don’t know (but something answered):


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Náusea

Farto dos telefones, das internetes voláteis e das cartas instantâneas, efémeras e confusas.

A única rede em que confio é a dos meus dedos nos teus, a única comunicação que aceito é a da tua íris em frente à minha, como que num duelo de palavras. Palavras ou emoções
Tudo o que sei é que isto me provoca náusea. Náusea de não te ter, náusea de não poder puxar as rédeas que te dominam como cavalo amansado, náusea por saber que não o devo fazer. Náusea não do estômago, mas por não saber digerir o teu reino para além dos nossos portões. Náusea, pelo hábito de ser contadino pobre, sem terras nem posses que não o seu coração esfiapado e cobertores de inverno.

Se as rédeas não estivessem lá, nunca as teria de puxar. Se não tivesse vez alguma visto os portões, nunca teria imaginado um reino para lá da aldeia de pobres cabanas que partilho com outras almas unas. Não teria medo dos banquetes de luxúria que lá se passam, das fofoquices que reinam na côrte real. A náusea não cobriria a minha alma nema minha boca, que para cima de ti vomita a arrogância banhada em insegurança, as balas que escondem os buracos, as flechas saídas de onde em mim abriram feridas.

O fluxo é tal que nem estas palavras fazem sentido. Nem o conforto de uma lareira acesa e de um chá de frutos vermelhos quente acalma este cavaleiro e o impede de se imiscuir num mundo tão difícil e quase medieval, em que mais do que as saudades, surge o medo, o deixar fugir da presa, não mais sob mira óptica.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Unsettlement

No, no, I don't feel safe.

I feel like a cold drop of rain swallowed by the autumn morbid light, caressing windows' glasses with no concrete direction.

I feel like ending in a gutter, still waiting for some divine direction, some wind to push me out of this despair.

I could take it before: it was called aventure. Not knowing where to go, not having any conscious outlined road, what a dream. Now, I just wanted the road to be straightforward, with silky pavement and smooth corners.

What you give me are nothing but potholes and worn-out tar, no smoothness but punctures in the soul.

You'd better reassure my senses and keep my heart calm and warm, make it trust the light you once gave it again. You'd better turn out to be a better ride. I'd had enough unsettlement.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Folhas

Fria, a rua camuflada por folhas laranja e amarelo outonal. Frio, o meu coração exangue sempre que mais folhas brotam naturalmente dos ramos, seguindo o seu rumo natural.

Porque não as deixar brotar? Porquê travar as chuvas pontuais, a incontinência propositada das nuvens?

Neste mundo de círculos viçosos e viciosos, para quê a ilusão do controlo do que tem vida própria? Porquê o desconforto de besta egocêntrica que quer as marés a seu gosto?

Acalma-me o abraço da brisa, quando me acaricia suavemente, antes de voltar a roncar com todo o furor. Deixa-me só e susceptível a indiferença e a distância do ronco perante os meus desejos.

No entanto, não é por eu saber que as folhas caem naturalmente que fico contente quando as vejo mergulhar num mecanismo de morte colectiva.

Um dia farei o mesmo. Um dia caio como todas as outras folhas, sem que isso apazigue a culpa.