sábado, 24 de julho de 2010

Falta



Casa sem esperança
Para gente que fecha as janelas
À alma da tua lembrança

Luar sinistro e escuro
Para quem não se decidiu
Entre o sofrimento de ser
E a vida por trás do escudo!

Para quem, insano, arriscou
Ficar com o presente vazio
Sem a glória que antes sonhou

Avenida do centro deserta
Em plena luz do dia
Cheia de gente incerta
Em invisível correria

Café sem mexericos
Jornal, bilhar ou matrecos
Objectos desconhecidos

Não te importa a falta
Do que nunca conheceste
A chama que em nós exalta!

Mentes com o sorriso amarelo
Que esconde o óbvio engano
De não querer aquilo que é belo
Por considerá-lo profano

Preferes não viver a loucura
De ver em mim o momento
Da tua doença a cura!

Do sinónimo de dor
Foges, medrosa existência
Da tua perigosa demência
Vazio deserto de amor