O teu único objectivo é atravessar essa barreira que divide o presente do futuro, as mágoas da esperança. Pensas que te será concedida uma nova luz, um tapete vermelho para tudo o que desejas - como que por milagre.
Não preciso de uma deixa tão forçada para pensar no ió-ió no qual se tornaram os meus passos, ao longo de todo este tempo. Sei que devia ter ido, devia ter feito...devia ter sido alguém mais perfeito.
Dizem-me para ficar, mas não consigo. É tarde. E vou, vou, vou, vou...até onde ninguém me consiga desiludir, até que ninguém me possa soprar mais dúvidas ao ouvido.
Aqui posso sentir as gotas dos céus a lavarem-me o rosto e o corpo - o espírito e a alma. Porém, ninguém quer encontrar esta ilha do tesouro. Fica demasiado longe e é confusa como um labirinto escuro e ambíguo - dizem eles, amarrados à sua cegueira.
Sorrio, divertido, quando julgam compreender a insatisfação eterna que em mim mora -mas como eu gostava que alguém ousasse acompanhar-me nesta cruzada.
De que vale tê-lo se não o consigo encontrar? De que vale senti-lo uma vez se não o consigo guardar?
Porquê existir se tudo o que faço é vazio? Porquê procurar de fio a pavio?
Não conheço as respostas. Ninguém conhece a cura para esta doença que não me deixa encontrar a dor.
É por isso que não quero voltar, é por isso que nunca me vou encontrar.
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