domingo, 27 de dezembro de 2009

Nunca

Nunca perdeste a cabeça.

Nunca te esqueceste de amanhã e arriscaste no agora.

Nunca gritaste aquilo que o teu corpo já não consegue suportar.

Nunca destruíste os muros que te barram a luz.

Nunca ouviste os sussurros vindos do mundo dos sentidos.

Nunca foste magoado pelas garras da ilusão, que rasgam a razão e fazem bater violentamente o teu peito.

Nunca soltaste o teu verdadeiro eu, ansioso por conhecer o calor e o frio - a sombra e o brilho.

Nunca me viste, do outro lado do vidro. Nunca me viste enquanto estavas inconsciente, perdido nesse mundo sem sentido.

Nunca vais seguir a estrada. Nunca vais deixar de optar por becos sem saída. Nunca vais escolher viver.

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