Ele podia ter escolhido outro dia para enterrar o mundo. Ainda podia girar tantas vezes, apesar das suas faces queimadas que se sabiam um novelo de hipocrisia...
E agora, para onde olhar? E agora, para onde voar?
Raios! Passou demasiado tempo embebido numa atmosfera de raiva supersónica, raiva essa que rapidamente atingiu multidões.
Algo o impediu de ouvir as vozes que gritavam por um pouco mais de calma - pelo espaço etéreo no qual nunca repousara aquilo que aflorava a sua pele pálida.
O seu cérebro parou e a sua boca apenas pôde proferir um misto de pânico e de choque, envoltos pelo ambíguo das palavras.
Agora é dono do vazio, do preto do ar, da histeria do silêncio.
É só uma sombra da alma, um pedaço de confusão latejante no meu caminho.
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