Agora sei como te sentes.
O nevoeiro esconde-te as portas da alma, como se de um turbante se tratasse.
Começas a andar cada vez mais devagar, para não tropeçares nos ramos que escolheste para infernizar o teu trilho.
Desapareces da sala e surges num pântano maquiavélico, escuro, sem respostas. Nele o sol recusa-se a brilhar; dele ninguém te vai conseguir tirar.
A tua cabeça gira, confusa, martirizada pelas vozes estridentes que não se deixam reconhecer. Cada uma com uma cantiga diferente, que não consegues interpretar.
Oh, nem sempre foste assim.
Porque deixaste que rasgassem o teu mapa?
Porque te fechaste às vozes doces que murmuravam a tua salvação?
Porque deixaste que os teus sonhos fossem amarrados por teias velhas e pegajosas, que nunca hão-de libertar-se?
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