Não sei porque voltei a olhar para a tua fotografia de cores vivas e alegres, quando já a julgava moribunda e cinzenta.
Abri a janela, presa e enferrujada. Aproveitaste e entraste de novo no meu espaço, sem pedires sequer para entrar.
Baralhaste-o, fizeste com que se tornasse numa amálgama de memórias, de desejos, de dilemas, de arrependimentos.
Porque voltei a centrar-me em ti, quando és aquilo de que menos preciso?
Raios! Também não quero esse antídoto que a razão me deu; prefiro viver contaminado pelo teu veneno doce - esse que faz com que os segundos corram, fatais; esse que faz com que fique vulnerável, fraco, genuíno.
Espero que o torpor se apodere do teu corpo quando voltares a olhar para os meus lábios, delicados, que mal conseguem esconder as suas intenções.
Espero que não te tenhas esquecido de mim.
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