sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Love don't live here anymore

Estás sempre certa, como um Deus perfeito que nunca falha, que não precisa que o protejam.

Estás errada. Deste um passo - mas não percorreste o caminho. Disseste uma palavra - mas não acabaste a frase.

Deixas-me vão de paciência, surdo face às palavras hipócritas que murmuras, mudo de palavras de compreensão. Não consegues ouvir o canto do rio que corre em mim, a indecisão das minhas armas, o prato que se partiu, trémulo.

Sais para um beco escuro, sem saberes quando voltarás a encontrar o teu lar. Por fora todas as casas são iguais - cheias de janelas e portas, com vida para dar e vender. Mas mais nenhuma se irá abrir e deixar-te abusar da sua vontade.

Corre, ou irás encontrar a porta fechada, trancada a sete chaves.

Cega? Com medo de voltares para trás. Tens medo do arrependimento, e guias-te pelo teu mapa - o orgulho que te lança num caminho cada vez mais estreito, pejado de pedras e tempestades.

Continuas como soldado perdido, mas acabas por tropeçar na tua própria mina - aquilo que sentes.

Ninguém te irá procurar. Perdeste-te com quem nada sente por ti, com quem prefere ver-te morta a morrer.

Não penses que estiveste só contra todo o mundo. A culpa foi tua.

Demoraste demasiado tempo. Já não moras aqui.


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