Estás sempre certa, como um Deus perfeito que nunca falha, que não precisa que o protejam.
Estás errada. Deste um passo - mas não percorreste o caminho. Disseste uma palavra - mas não acabaste a frase.
Deixas-me vão de paciência, surdo face às palavras hipócritas que murmuras, mudo de palavras de compreensão. Não consegues ouvir o canto do rio que corre em mim, a indecisão das minhas armas, o prato que se partiu, trémulo.
Sais para um beco escuro, sem saberes quando voltarás a encontrar o teu lar. Por fora todas as casas são iguais - cheias de janelas e portas, com vida para dar e vender. Mas mais nenhuma se irá abrir e deixar-te abusar da sua vontade.
Corre, ou irás encontrar a porta fechada, trancada a sete chaves.
Cega? Com medo de voltares para trás. Tens medo do arrependimento, e guias-te pelo teu mapa - o orgulho que te lança num caminho cada vez mais estreito, pejado de pedras e tempestades.
Continuas como soldado perdido, mas acabas por tropeçar na tua própria mina - aquilo que sentes.
Ninguém te irá procurar. Perdeste-te com quem nada sente por ti, com quem prefere ver-te morta a morrer.
Não penses que estiveste só contra todo o mundo. A culpa foi tua.
Demoraste demasiado tempo. Já não moras aqui.
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