O relógio não vai parar. Não agora.
Quero que ande. Que corra. Que fuja.
Da pressão, do borbulhar que sinto dentro, da mágoa enfuriante.
Não deixes que a luz se apague. Tenho medo do escuro.
Não percebes? Toda a minha vida, envolto nesta carapaça distante.
Ela faz com que ninguém consiga penetrar nesta esfera enigmática.
Mas tu consegues. Atira-la contra o chão, vezes sem conta.
E nela aparecem riscos e lágrimas, sempre que te aproximas.
O vidro está gasto. A cada dia que passa, vês menos nesta esfera. Ela fora mágica, outrora.
Mostrou-te o mundo, a vida, o verdadeiro significado da palavra sentir.
Estás a perdê-la. Um dia, o vidro vai partir. Tudo será fumo.
Não conseguirás encontrar outra igual.
Nunca. Para sempre.
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