Manchas. Escuras, claras, grandes, pequenas. Cor psicológica, talvez? Representação mental? Sem dúvida. São invisíveis, mas conseguimos senti-las, ainda frescas.
Podemos continuar a escondê-las, a guardá-las seguras do mundo, com medo que contaminem todos os outros.
Enquanto isso, elas criam raízes mesquinhas nos nossos corpos fracos, fazem deles marionetas de madeira rachada e podre. As fragilidades fazem-nos caír em slow motion no alcatrão, prontos a ser atropelados violentamente por quem mais anda na estrada.
Sim, a cura existe. Não desperdiçar as munições contadas a fazer rolar pelo chão faces redondas e quadradas - brancas mas não da base, vermelhas mas não do batom. Cruel fim, o dessas faces. Só queriam ajudar...e nós só as quisemos proteger, bem sei.
Um dia descobrimos que é tarde. Descobrimos que abraçar um morto é o mesmo que abraçar um desconhecido - nenhum deles está lá para cicatrizar as feridas e secar as manchas com o seu casaco tépido e fofo.
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