domingo, 20 de junho de 2010

Passado

Havia uma avenida
Banhada pela correria
Do sol, não das gentes
Nem de um sopro de alegria

Havia uma esplanada
De conversas indiscretas
Bebericavam ali segredos
Boatos, cusquices incertas

Havia um jardim sossegado
De sombras frescas em paz
Amores cínicos se confundiam
Nas árvores e arbustos, por trás

Promessas vãs de esperança
No tempo que não iria embora
No futuro mudaria a dança
Para uma de saudade que chora

Histórias de um sítio vazio
Vazio parecido com nada
Perdido para quem é demais
Achado pela manada

Deu-me o tempo o que preciso
Para perseguir a névoa dourada
Vaga, que se aproxima num riso
Minha paixão e tormenta amada

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