Quem eu sou?
Não me encontro, não conheço
Para onde olho, para onde vou
Não sei porquê, porque mereço
Este olhar que a mim fitou
Quem tu vês?
Um riacho turvo e fraco
Como a palidez da minha tez
Amor meu feito num caco
O que foi, o que o fez?
Quem me agarra?
Se ousa chegar perto
E não acha o que contava
Não é justo, não é certo
Por isso me refugiava
Perdido nas malhas dos céus
Sombrio nas luzes difusas
À espera, como os outros réus
Das suas penas obtusas
Não sei se deles, não sei se minha
A culpa desta vida perdida
Desde que nasci, decerto tinha
A minha fatal sentença lida
Sem comentários:
Enviar um comentário