segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Fases



No que me queres tornar, se o meu eu assim se esfuma - como vaga e doce espuma?
Porquê o mesmo erro, se o tornado há-de sempre voltar para destruír a minha paz temporária?

Porque o atiças e o tornas cada vez mais poderoso? Porque pões à prova as telhas gastas da minha casa?

Não seria o teu papel proteger-me, como uma andorinha defende o seu ninho religiosamente? Não me devias aconchegar o ego em vez de fazeres de mim um rato indefeso, perdido num esgoto sombrio?

Que utopia, que sonho tão maravilhoso que até hoje sonhei. Até hoje. Até quando vais repetir o vício - tornar o pesadelo em sonho efémero? Até quando me vou deixar iludir pelo medo que não quero sentir?

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